Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) - Hérnia de Hiato - Orientações gerais.

O Que é Doença do Refluxo?
Nas pessoas normais, o conteúdo do estômago (comida ou ácido clorídrico) não volta ou reflui para o esôfago com frequência. Entretanto, nas pessoas com doença do refluxo, o ácido ou a comida do estômago pode voltar para o esôfago ou mesmo para a garganta e boca. Quando o ácido volta para o esôfago ou garganta ele pode causar vários sintomas ou problemas nestas estruturas, como:
  • queimadura no esôfago ou no peito (azia, pirose ou esofagite) e dificuldade
    para engolir alimentos
  • refluxo de ácido ou comida para o peito ou garganta
  • queimadura na garganta; tosse; garganta irritada; coceira na garganta; rouquidão
    (laringite)
  • asma brônquica ou bronquite
  • sangramento e anemia

O Que Causa a Doença do Refluxo?
O enfraquecimento de uma válvula (cárdia) que fica entre o esôfago e o estômago permite que o ácido ou comida do estômago volte para o esôfago. A causa do enfraquecimento desta válvula ainda não foi completamente esclarecida.
Para chegar até o estômago, o esôfago passa através de uma abertura no diafragma (músculo que separa o tórax do abdómen). Quando esta abertura é grande, parte do estômago sobe para dentro do tórax, formando a hérnia de hiato. Esta hérnia enfraquece a válvula e aumenta o refluxo. O fumo, cafeína, álcool e obesidade podem piorar o refluxo.



Nas pessoas normais, uma válvula chamada cárdia impede que a comida ou o ácido clorídrico presente no estômago volte ou reflua para o esôfago.


A hérnia de hiato ocorre quando a abertura do diafragma é exagerada e permite que o estômago suba para o tórax. A presença de hérnia facilita o aparecimento da doença do refluxo.


Nos pacientes com doença do refluxo, o ácido ou a comida do estômago pode voltar (refluxo) para o esôfago ou mesmo para a garganta e boca porque esta válvula não funciona bem.

Um Problema Comum
A doença do refluxo gastroesofágico, também conhecida como esofagite de refluxo, é uma condição muito comum. A sua incidência está aumentando nos últimos anos. Cerca de 5% das pessoas apresentam sintomas diários da doença do refluxo.
A doença do refluxo aumenta com a idade, mas pode ocorrer em qualquer idade, desde recém-nascidos até idosos.
Apesar de ser mais comum nos obesos, também pode ocorrer em pessoas magras.

A Doença do Refluxo Melhora ou Piora com o Tempo?
A evolução desta doença depende de vários fatores. De modo geral, a doença do refluxo tende a piorar com o tempo, principalmente se o paciente ganhar peso e não seguir as orientações do tratamento fornecidas pelo seu médico. Pacientes com doença inicial e sintomas ocasionais poderão ficar assintomáticos por tempo prolongado se seguirem o tratamento adequadamente. Os pacientes que não tratam a doença adequadamente podem apresentar complicações, como úlcera, sangramento e estenose (estreitamento) do esôfago. Em poucos casos, a inflamação crônica pode facilitar o aparecimento do esôfago de Barrett (alteração na mucosa ou revestimento do esôfago), que predispõe ao câncer do esôfago.



Diagnóstico
O diagnóstico da doença do refluxo é baseado nos sintomas do paciente, mas sempre deve ser confirmado com a realização de exames como a endoscopia digestiva alta, a pHmetria e manometria do esôfago.


Tratamento
O tratamento adequado da doença do refluxo é importante para evitar prejuízos graves à sua saúde. Se você não fizer o tratamento corretamente, além de poder apresentar sintomas desagradáveis que pioram a sua qualidade de vida, você poderá ter complicações graves com o tempo.


Tratamento Clínico
O tratamento clínico consiste do uso de medicamentos e de alterações no hábito alimentar e de outros aspectos do estilo de vida.


1. Medicamentos

Atualmente existem várias medicações potentes que reduzem acentuadamente a produção de ácido no estômago e conseqüentemente diminui o refluxo de ácido para o esôfago. Os principais medicamentos usados no tratamento da doença do refluxo são omeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol e esomeprazol. Apesar de geralmente não curarem o paciente, estes medicamentos são capazes de aliviar os sintomas durante o período em que o paciente estiver em tratamento. Entretanto, quando os medicamentos são suspensos, os sintomas geralmente voltam.


2. Alimentos que devem ser evitados

Os alimentos mencionados a seguir podem aumentar a produção de ácido no estômago ou relaxar (dilatar) a cárdia (válvula entre o esôfago e o estômago), permitindo que ocorra refluxo de ácido ou alimentos do estômago para o esôfago.
- café, chá, refrigerantes.
- comidas gordurosas e frituras
- comidas condimentadas
- frutas cítricas
- chocolate



3. Eleve a cabeceira da cama

O refluxo ocorre com mais facilidade ao deitar, porque nesta posição o corpo fica na horizontal, permitindo que o ácido reflua (volte) mais facilmente do estômago para o esôfago. Ao elevar-se a cabeceira da cama 10 a 15 cm, o refluxo diminui consideravelmente. A maneira mais fácil de elevar a cabeceira da cama é colocar 2 tijolos no pé da cabeceira da cama. O uso de travesseiros é ineficaz, pois só eleva a cabeça do paciente, mas o corpo permanece na horizontal.

4. Evite bebidas alcoólicas e o fumo

5. Não deite logo após as refeições
Espere pelo menos 2 horas para deitar. Assim, o estômago ficará vazio e a possibilidade de refluxo será menor.

6. Evite ingestão de grande quantidade de alimentos de uma única vez
Prefira várias refeições pequenas por dia.

7. Reduza o peso
Caso você esteja acima do peso normal, emagreça.


Tratamento Cirúrgico
O seu médico poderá ajudá-lo a decidir se a operação é a melhor opção para você. Esta decisão deverá ser tomada após considerar alguns dados, como: há quanto tempo você tem a doença; a intensidade dos sintomas e da doença; sua idade; sua resposta ao tratamento clínico; se você tem outras doenças que podem aumentar o risco da operação; e sua preferência quanto a tomar medicação continuamente ou ser submetido a um procedimento cirúrgico que elimina a doença definitivamente.
A operação é realizada com anestesia geral e consiste na correção da hérnia de hiato (fechamento da abertura exagerada no diafragma com alguns pontos) e confecção de uma válvula para eliminar o refluxo. A válvula é feita com os tecidos do próprio organismo. Não é colocado nenhum material estranho. A válvula é confeccionada de maneira muito simples: a parte final do esôfago é completamente envolvida pelo estômago, de modo a comprimir o esôfago e impedir o refluxo. 
Esta operação pode ser facilmente realizada por via laparoscópica na maioria dos pacientes ("operação dos furinhos"). Inicialmente, é injetado gás (gás carbônico) dentro do abdómen (barriga) para criar um espaço, onde o cirurgião poderá fazer a operação com segurança. Após a realização de 5 ou 6 furinhos de meio a um centímetro, uma câmera de televisão pequena é colocada dentro do abdômen através de um dos furinhos para que o cirurgião e a sua equipe possam visualizar todo abdômen em uma televisão. Os instrumentos (pinças, tesouras, material de sutura, etc) são colocados através dos outros furinhos para realizar a operação.

A operação é realizada por via laparoscópica ou também conhecida como "operação dos furinhos", sem a necessidade de fazer um corte grande na barriga (abdômen).

Fechamento do diafragma com pontos para impedir que o estômago suba para o tórax.


Fechamento do diafragma com pontos para impedir que o estômago suba para o tórax.


 Vantagens do Tratamento Cirúrgico
São várias as vantagens da operação:
  • Recuperação rápida do paciente. A maioria dos pacientes fica internada no hospital somente 1 dia e pode retornar ao trabalho e a realizar todas atividades, inclusive esportivas, em 1 ou 2 semanas. 
  • Resolução completa e definitiva da doença em 90- 95% dos pacientes. 
  • Pouca dor pós-operatória. 
  • Cicatriz cirúrgica mínima, porque são realizados somente 5 ou 6 furinhos. 
  • Risco de infecção pequeno. 
Apesar dos resultados do tratamento cirúrgico serem excelentes, alguns pacientes podem ter complicações, como em qualquer procedimento cirúrgico. As complicações mais comuns são dificuldade para engolir por tempo prolongado, excesso de gases, lesão de vísceras, infecção e necessidade de fazer uma incisão
(corte) maior no seu abdômen para realizar a operação.


Informação Nutricional Pós-Operatória 
Objetivo
Orientar no sentido de propiciar uma nutrição adequada, e evitar, além de danos ao esôfago, a ocorrência de náusea ou vômitos, provenientes da dificuldade de deglutição que ocorre normalmente após o ato cirúrgico.

Esta dificuldade ocorre por duas razões:
  • A diminuição da movimentação do esôfago, quando submetido a qualquer manipulação cirúrgica;
  • As lesões inflamatórias provocadas pela doença do refluxo gastro-esofágico atuam diminuindo sua movimentação normal.
Este período de dificuldade de deglutição pode se prolongar por um tempo médio de 4 a 6 semanas, sendo assim, extremamente importante a colaboração do paciente.
Desta forma, a modificação nutricional é necessária, para garantir não apenas o conforto do paciente, mas também para atuar como mecanismo de prevenção de complicações, e auxiliar no sucesso do procedimento.


Informações Gerais
A maioria dos alimentos, quando bem mastigada, passa facilmente através do esôfago. Porém, muitos pacientes não mastigam os alimentos adequadamente. É recomendada a mastigação lenta e cuidadosa, bem como a ingestão de muito líquido para facilitar o ato de engolir.
Alimentos umedecidos com molhos são facilmente deglutidos. Os alimentos devem ser macios e quando sólidos em pequenos pedaços. Esta dieta deve ser observada por aproximadamente 3 semanas.
Nas primeiras semanas após a cirurgia o estômago está se acomodando ao novo mecanismo de válvula e o paciente pode sentir a sensação de estar cheio mais rapidamente do que no período pré-operatório. Pequenas porções de comida, várias vezes ao dia, são mais recomendáveis do que tentar uma maior quantidade de uma só vez.


Adequação Nutricional
Esta dieta para o período pós-operatório de cirurgia de esôfago foi adequada para que o paciente tenha condições de ingerir todos os nutrientes necessários à manutenção de sua saúde. Veja a seguir



Alimentos Permitidos
Alimentos não Permitidos
Leite
Leite integral, milk shakes,
iogurte, sorvetes.
Iogurtes que contenham
frutas secas e/ou nozes
Proteínas
Pequenas porções desfiadas
de galinha ou peru,
acompanhadas de muito
molho. Peixes e salada de
atum.Queijos ralados,
derretidos e tipo cottage.
Ovos cozidos em água.
Feijão, ervilhas. ***
Porções grandes de
carnes, carnes secas, e
queijo duro.
Cereais e
Amidos
Cereais secos embebidos
em leite. Macarrão com
molho. Purê de batatas e
batatas cozidas na água até
ficarem bem macias.
Pães em geral. Qualquer
cereal que contenha frutas
secas e/ou nozes. Batatas
fritas, bolos, cucas.
Vegetais
Vegetais cozidos até
ficarem bem macios.
Vegetais crus ou fritos e
vegetais que contenham
fibras como vagem.
Frutas
Frutas cozidas e macias,
enlatadas ou congeladas,
bananas frescas, sucos de
frutas.
Fruta inteira com exceção
da banana, frutas com
peles e cascas e frutas
secas.
Sopas
Caldos e cremes feitos com
pequenos pedaços de carne
e vegetais macios.
Sopas que contenham
vegetais crus.
Sobremesas
Pudins, sorvetes, sorvetes
de frutas, gelatinas,
manjares,
Tortas, bolos, biscoitos ou
qualquer sobremesa que
contenha frutas secas






Orientações Pós-Operatórias
  1. Evite bebida com gás, como refrigerantes, cerveja e água mineral com gás nos primeiros meses. Mesmo sem ingerir bebida com gás, é comum que o paciente tenha excesso de gás no estômago ou na barriga. O excesso de gás é devido à dificuldade do paciente arrotar nas primeiras semanas ou mesmo meses. 
  2. É comum que o paciente tenha a impressão de que o seu estômago diminuiu de tamanho e que a sua capacidade para comer ficou menor. Esta sensação é temporária e geralmente dura poucas semanas. A dificuldade para engolir, associada a esta sensação de redução no tamanho do estômago, faz com que a maioria dos pacientes perca peso. A quantidade de perda de peso é variável, 3 a 7 kg em média. 
  3. É comum apresentar soluço. Não se preocupe. Ele desaparece em poucas horas ou dias. O soluço geralmente ocorre após ingestão rápida de alimentos, principalmente se forem muito gelados ou quentes. 
  4. Dor no ombro é frequente após este tipo de operação. Esta dor é consequente à irritação de um nervo que fica entre o abdômen e o tórax. Ela não se deve a torção ou mal jeito no ombro. A dor no ombro geralmente desaparece em poucas horas ou dias. Se ela for intensa, tome o analgésico (remédio para dor) prescrito pelo seu médico.
  5. Os cortes (furinhos) serão fechados com pontos e cobertos com curativo (micropore). É comum que ocorra hematoma ("azulado" ou "roxo") ou pequenos sangramentos. Isto é normal. Não se preocupe. Não retire o micropore, a menos que o seu médico o oriente neste sentido. Pode tomar banho completo e molhar o micropore. Após, seque o abdômen normalmente com toalha, sem necessidade de cuidados especiais com os cortes. Entretanto, se o corte tiver aparência de infecção (vermelho, com secreção de pus ou com cheiro forte), contacte o seu médico.
  6. Respire fundo 3 vezes a cada hora para expandir melhor o seu pulmão e evitar complicações, como febre e pneumonia.
  7. Evite ficar muito tempo deitado ou sentado. Procure andar várias vezes ao dia. 
  8. Em caso de dúvidas ou caso apresente alguma complicação, procure o seu médico

Retratação da Internet
Em casos de doença séria ou emergência médica procure assistência imediatamente. As informações fornecidas nestewebsite, tem por objetivo, apenas fornecer informações gerais para leitura. Ele NÃO substitue o exame, diagnóstico e atendimento médico provido por um profissional qualificado. Nenhum conteúdo deste site pode ser utilizado para diagnóstico ou tratamento de um problema de saúde.
Para considerações médicas, incluindo decisões sobre medicações e outros tratamentos, você deve realizar uma consulta com o profissional de saúde qualificado. As informações de saúde ou qualquer resposta interativa originária deste site não podem ser interpretadas como informações de um profissional médico. Você deve buscar dados em outros sites, principalmente os veinculados a sociedades e entidades médicas para confirmar as informações que disponilizamos neste site.
Se você desconfia que está com qualquer problema de saúde, por favor entre em contato com um médico ou hospital, imediatamente, para correta avaliação.
 
Fonte: Dr. Nemer Hajar -  CRM-Pr 11.286

Hérnia Inguinal - Orientações Gerais

O que é uma hérnia abdominal?
Hérnia é a protrusão (saliência ou abaulamento) de uma víscera ou órgão através de um buraco (abertura) na parede abdominal. Ela pode ocorrer em vários locais, como por exemplo no umbigo (hérnia umbilical) e na região inguinal (hérnia inguinal).

Figura mostrando uma pessoa com hérnia inguinal. Observe que o intestino penetra em uma abertura (fraqueza ou buraco) na parede abdominal, fazendo uma protusão (saliência ou abaulamento).


A hérnia inguinal é uma doença bastante comum. Cerca de 3% das pessoas tem este tipo de hérnia. Qualquer pessoa pode ter hérnia inguinal, mas algumas têm maior possibilidade, como: 
  • Idade. Apesar da hérnia inguinal poder ocorrer em qualquer idade, de recém-nascidos até idosos, ela é mais freqüente nos extremos da vida do que no adolescente ou adulto jovem. É mais freqüente no recém-nascido por um defeito congênito (de nascença) e nos idosos por enfraquecimento dos tecidos (músculo) da parede abdominal. 
  • Homem. A hérnia inguinal é muito mais comum no homem do que na mulher. 
  • Doenças associadas. A hérnia inguinal é mais freqüente em pessoas que têm algumas doenças, como constipação intestinal, tabagismo, doenças da próstata, do pulmão, coração ou fígado. Estas doenças geralmente aumentam a pressão dentro do abdômen e facilitam a ocorrência de hérnia.
Por que ocorre a hérnia inguinal?
Nas pessoas normais, a parede abdominal é bastante forte e impede o abaulamento (protrusão) de uma víscera. Entretanto, a parede abdominal pode ser fraca em algumas pessoas, tanto por um defeito de nascença como adquirido. 

Algumas pessoas nascem com defeito (congênito), em que existe uma fraqueza (um buraco) na região inguinal, que permite as vísceras, geralmente uma parte do intestino, abaularem (protruírem) na parede abdominal. Algumas condições adquiridas ao longo da nossa vida também podem enfraquecer a parede abdominal na região inguinal e assim facilitar o aparecimento de hérnia. Situações que aumentam a pressão dentro do abdômen, como tosse crônica, constipação intestinal e dificuldade para urinar (doenças da próstata), enfraquecem a parede abdominal e com o passar do tempo podem levar a formação de hérnia inguinal. O fumo também ajuda a enfraquecer a parede abdominal e aumenta a chance de formar hérnia inguinal.


Quais São os Sintomas da Hérnia Inguinal?
As pessoas que têm hérnia inguinal são geralmente capazes de observar uma saliência ou abaulamento na região inguinal (virilha) de um ou dos dois lados. Esta saliência fica embaixo da pele e se torna mais evidente quando a pessoa tosse, ergue peso ou faz força. Muitas pessoas também sentem desconforto ou dor fraca ou até forte quando faz estes movimentos. A hérnia tende a aumentar de tamanho com o passar do tempo. Após alguns meses ou anos, a hérnia pode ficar muito grande e em algumas pessoas pode alcançar até a bolsa escrotal.

A Hérnia Inguinal Pode Complicar?
A complicação mais temida da hérnia é o estrangulamento, que ocorre quando o intestino fica preso dentro da hérnia, não podendo mais entrar no abdômen e se não tratado com urgência sofre gangrena (morte do intestino). Esta complicação pode ocorrer tanto em pessoas com hérnia pequena como nas com hérnia grande. O estrangulamento provoca uma dor contínua, mais intensa, de várias horas de duração, no local da hérnia. O intestino pára de funcionar e o paciente pode apresentar distensão do abdômen (estufamento), perda do apetite, náuseas e vômitos. Se você apresentar estes sintomas não perca tempo. 
Procure o seu médico imediatamente. Esta complicação necessita de operação de emergência. O estrangulamento pode ocorrer em pessoas que têm hérnia há poucos dias ou mesmo anos. 
Lembre-se! O uso de suspensórios ou fundas não evita a ocorrência de estrangulamento e não dá para saber quando esta complicação vai ocorrer. Ela aparece de repente.

Diagnóstico
O exame da região inguinal pelo médico é suficiente para estabelecer o diagnóstico de hérnia em quase todos pacientes. Quando um cirurgião identifica hérnia no exame do paciente, não há necessidade de fazer exames complementares para confirmar o diagnóstico de hérnia inguinal. Entretanto, em poucos casos, exames como a ultrassonografia (ecografia) e a herniografia (em crianças pequenas) podem ser úteis. 
É sempre importante examinar a região inguinal do outro lado para certificar-se que não tem outra hérnia. Uma pessoa que tem hérnia inguinal de um lado, freqüentemente pode ter hérnia do outro lado também, mesmo que ela não tenha sintomas.

Tratamento
O uso de fundas ou suspensórios de bolsa escrotal não é efetivo e deve ser evitado, pois além de não solucionar o problema pode retardar o tratamento e dar a falsa segurança de que a ocorrência de complicações está reduzida ou eliminada.
A única forma de tratamento da hérnia inguinal é a realização de uma operação chamada de herniorrafia. Esta operação é muito simples, desde que o paciente não apresente complicações.


Herniorrafia através de um corte
Esta técnica é simples e pode ser utilizada com anestesia peridural (anestesia ao redor da coluna). A operação é iniciada com uma incisão (corte) de cerca de 10 cm na região inguinal (parte inferior da barriga). O tamanho do corte depende de vários fatores. Nas crianças e pessoas magras é geralmente menor e nos obesos maior. Quando a hérnia for dos dois lados, é necessário realizar um corte de cada lado.
Após a localização da hérnia, a mesma é empurrada para dentro do abdômen (barriga) e a abertura (buraco ou fraqueza) da parede abdominal é fechada com pontos. Em alguns casos, uma tela pode ser necessária para reforçar a parede abdominal e reduzir a possibilidade de recidiva da hérnia. Esta tela é feita de polipropileno, um material extremamente resistente e que não provoca rejeição do organismo. O seu cirurgião vai decidir se a tela é necessária no tratamento da sua hérnia.


Figura mostrando o tratamento da hérnia realizado através de uma incisão na região inguinal. A hérnia é empurrada para dentro do abdômen (barriga) e a abertura (buraco ou fraqueza) da parede abdominal é fechada com pontos ou com uma tela bastante resistente. 

Todos os pacientes com hérnia inguinal precisam operar?
Todas pessoas com hérnia inguinal, independente da idade, devem ser operados, com exceção dos que têm outras doenças graves e que apresentam risco cirúrgico elevado.


Complicações 
Apesar dos resultados do tratamento cirúrgico serem excelentes, alguns pacientes podem ter complicações, como em qualquer procedimento cirúrgico. As complicações mais comuns são infecção, hematoma (coleção de sangue), retenção urinaria (impossibilidade temporária de urinar), recidiva da hérnia e risco anestésico.


Orientações Pós-Operatórias
A recuperação da operação é geralmente muito rápida e a maioria dos pacientes volta as suas atividades normais em poucos dias. As orientações abaixo devem ser seguidas para que você tenha pouco desconforto e sua recuperação ocorra sem intercorrências. 
  • Não tem dieta especial. Você pode comer ou ingerir qualquer alimento que você queira, inclusive alimentos sólidos. Alguns pacientes podem apresentar náuseas e vômitos no primeiro dia após a operação devido aos medicamentos e anestésicos recebidos. Se você tiver náuseas e vômitos, ingira somente líquidos em pequenas quantidades de cada vez. Estes sintomas geralmente desaparecem em 1 ou 2 dias, após o organismo eliminar os medicamentos recebidos no hospital. Se as náuseas e vômitos persistirem após este período, procure o seu médico. 
  • O corte são fechados com pontos e cobertos com curativo (micropore). É comum que ocorra hematoma ("azulado" ou "roxo") ou pequenos sangramentos. Isto é normal. Não se preocupe. Não retire o micropore, a menos que o seu médico o oriente neste sentido. Pode tomar banho completo e molhar o micropore. Seque o abdômen normalmente com toalha, sem necessidade de cuidados especiais com os cortes. Entretanto, se o corte tiver aparência de infecção (vermelho, com secreção de pus ou com cheiro forte), contacte o seu médico. 
  • Respire fundo 3 vezes a cada hora para expandir melhor o seu pulmão e evitar complicações como febre e pneumonia. 
  • Evite ficar muito tempo deitado ou sentado. Procure andar várias vezes ao dia. Pode andar e subir escada. Não tem perigo. Assim que você tiver se movimentando rapidamente e com pouca dor, poderá dirigir. Você poderá erguer até 15 kg no primeiro mês de pós-operatório e até 30 kg entre o primeiro e o terceiro mês. Após este período você não tem mais limitações para erguer peso. 
  • Em caso de dúvidas ou caso apresente alguma complicação, procure o seu médico.

Retratação da Internet
Em casos de doença séria ou emergência médica procure assistência imediatamente. As informações fornecidas nestewebsite, tem por objetivo, apenas fornecer informações gerais para leitura. Ele NÃO substitue o exame, diagnóstico e atendimento médico provido por um profissional qualificado. Nenhum conteúdo deste site pode ser utilizado para diagnóstico ou tratamento de um problema de saúde.
Para considerações médicas, incluindo decisões sobre medicações e outros tratamentos, você deve realizar uma consulta com o profissional de saúde qualificado. As informações de saúde ou qualquer resposta interativa originária deste site não podem ser interpretadas como informações de um profissional médico. Você deve buscar dados em outros sites, principalmente os veinculados a sociedades e entidades médicas para confirmar as informações que disponilizamos neste site.
Se você desconfia que está com qualquer problema de saúde, por favor entre em contato com um médico ou hospital, imediatamente, para correta avaliação.
 
Fonte: Dr. Nemer Hajar -  CRM-Pr 11.286


Pedra na Vesícula Biliar - Orientações gerais.


Quem pode ter pedra (cálculo) na vesícula?
Pedra ou cálculo da vesícula é uma doença bastante comum. Cerca de 10% das pessoas tem pedra (cálculo) na vesícula. Mais de 10 milhões de brasileiros têm esse problema. Qualquer pessoa pode ter pedras na vesícula, mas algumas têm maior possibilidade, como: 
  • Idade. Apesar desta doença poder acometer até crianças, ela aumenta com a idade e é mais comum nos adultos e idosos. 
  • Mulher. As pedras da vesícula são mais comuns nas mulheres do que nos homens, principalmente nas que já ficaram grávidas. 
  • Obesidade. Quanto mais gordo, maior a possibilidade de ter pedra na vesícula. Entretanto, os magros também podem ter cálculos. 
  • Hereditariedade. As pessoas que têm familiares com cálculos possuem mais chance de ter esta doença do que os que não têm.

Como a pedra (cálculo) é formada na vesícula?
A bile é produzida no fígado e é eliminada no intestino. A bile ajuda na digestão de alimentos gordurosos. Ela contém várias substâncias, entre as quais colesterol e pigmentos. Quando algumas dessas substâncias aumentam em quantidade na bile, elas podem se depositar na vesícula. Com o passar dos meses e anos, estes depósitos se unem e formam pedras (cálculos).


Figura mostrando que a bile é produzida no fígado e transportada para o intestino (duodeno) através de canais biliares. A vesícula tem uma função simples no organismo: de armazenar a bile; ela não produz bile


Outros locais do organismo, como o rim, a bexiga e o canal da saliva e o da lágrima também podem formar pedras (cálculos). Mas, as pedras desses locais são diferentes das pedras da vesícula.

Como são as pedras (cálculos)?
O número, tamanho, forma e cor das pedras da vesícula são bastante variáveis. Algumas pessoas só têm uma pedra, enquanto outras têm mais de 1.000. Da mesma forma, as pedras podem variar de tamanho de 1 mm (grão de areia) até 10 ou 15 cm.



Fotografia mostrando pedras (cálculos) da vesícula biliar de vários tamanhos, forma e cor

Sintomas e complicações causados pela pedra na vesícula
A pedra na vesícula pode ocasionar sintomas intensos e graves, sendo os mais comuns: 
  • Dor intensa no abdômen (barriga) - no lado direito ou na boca do estômago. Esta dor geralmente dura de 30 minutos a 2 horas, mas quando for mais prolongada pode indicar que está ocorrendo uma complicação. Neste caso, procure o seu médico com urgência 
  • Náuseas (enjoo) e vômitos 
  • Inflamação ou infecção da vesícula 
  • Icterícia (amarelão) 
  • Pancreatite aguda 
A maioria dos pacientes que tem pedra na vesícula nunca teve sintomas. Não existem dados médicos que permitam determinar quais pacientes terão sintomas. Entretanto, quando o paciente apresenta um dos sintomas acima citados, a possibilidade de repetir o mesmo sintoma ou apresentar uma complicação é muito grande. Assim, nesta situação é importante procurar o seu médico. 

A possibilidade de uma pessoa apresentar sintomas ou complicações independe do número ou tamanho das pedras. Às vezes, apenas uma pedra pequena pode ocasionar complicações muito graves, como pancreatite aguda.


Diagnóstico
O melhor método para diagnosticar pedra na vesícula é a ultra-sonografia ou ecografia do abdômen. 


Tratamento
A única forma de tratamento da pedra ou cálculo da vesícula é a retirada da vesícula biliar (colecistectomia). Outros tratamentos, como litotripsia ("quebrar a pedra" com aparelhos especiais) e medicamentos para dissolver a pedra, não dão bons resultados e não devem ser usados, pois só atrasam o tratamento correto.

Atualmente o tratamento da pedra da vesícula é muito simples, desde que o paciente não apresente complicações. A retirada da vesícula pode ser facilmente realizada por via laparoscópica na maioria dos pacientes ("operação dos furinhos"). Inicialmente, é injetado gás (gás carbônico) dentro do abdômen (barriga) para criar um espaço, onde o cirurgião poderá fazer a operação com segurança. Após a realização de 3 ou 4 furinhos de meio a um centímetro, uma câmera de televisão pequena é colocada dentro do abdômen através de um dos furinhos para que o cirurgião e a sua equipe possam visualizar todo abdômen em uma televisão. Os instrumentos (pinças, tesouras, material de sutura, etc) são colocados através dos outros furinhos para ajudar a retirar a vesícula.




A operação é realizada por via laparoscópica ou também conhecida como "operação dos furinhos", sem a necessidade de fazer um corte grande no abdômen (barriga)


Todos pacientes que têm pedra na vesícula precisam operar?
A maioria dos pacientes que tem pedra na vesícula não precisa de tratamento. Os que já apresentaram sintomas devem ser operados, porque a possibilidade de apresentarem outros sintomas ou complicações é muito elevada.

O seu médico poderá ajudá-lo a decidir se a operação é a melhor opção para você. Esta decisão deve ser tomada após considerar alguns dados, tais como: sua idade, seus sintomas, há quanto tempo você tem a pedra e se você tem outras doenças que podem aumentar o risco da operação ou de ter crises de vesícula.



Figura mostrando a operação de retirada da vesícula biliar

Após a retirada da vesícula, vou ter alguma restrição na minha alimentação?
Você não precisará modificar a sua dieta após a operação, porque a vesícula tem uma função muito pouco importante no organismo, que é a de armazenar bile. A vesícula não produz bile, apenas ajuda no seu armazenamento. A produção da bile pelo fígado continua normal após a retirada da vesícula. Não existe nenhuma seqüela ou conseqüência para o organismo após a retirada da vesícula.


Vantagens do Tratamento Cirúrgico
São várias as vantagens da operação: 
  • Recuperação rápida do paciente. A maioria dos pacientes fica internada no hospital somente 1 dia e pode retornar ao trabalho e realizar todas atividades, inclusive esportivas, em 1 ou 2 semanas. 
  • Resolução completa e definitiva da doença. 
  • Pouca dor pós-operatória. 
  • Cicatriz cirúrgica mínima, porque são realizados somente 4 furinhos. 
  • Risco de infecção pequeno. 
Apesar dos resultados do tratamento cirúrgico serem excelentes, alguns pacientes podem ter complicações, como em qualquer procedimento cirúrgico. As complicações mais comuns são lesão de vísceras, infecção, sangramento e risco anestésico. Caso não seja possível realizar a operação pela técnica videolaparoscópica ("técnica dos furinhos"), pode ser necessário fazer uma incisão (corte) maior no seu abdômen para terminar a operação. Os riscos da operação são mais comuns nos pacientes que apresentam doença grave ou complicações, como inflamação da vesícula, icterícia, pancreatite aguda, no momento da operação. Nestas situações, a operação é geralmente mais difícil de ser realizada e deve ser realizada de emergência.


Orientações Pós-Operatórias
A recuperação da operação é geralmente muito rápida e a maioria dos pacientes voltam as suas atividades normais em poucos dias. As orientações abaixo devem ser seguidas para que você tenha pouco desconforto e sua recuperação ocorra sem intercorrências.

1. Orientação nutricional pós-operatória. O exemplo de cardápio é sugerido para ser adotado durante 7 dias no período pós-operatório. O retorno a sua dieta normal, deverá ser gradativa até sua completa alta cirúrgica.


DIETA PASTOSA FRACIONADA
Fracionar em 6 refeições durante o dia, não utilizando condimentos, frituras, vegetais crus, frutas ácidas, cereais integrais, chocolate, café preto puro, e chá preto e bebidas com gás. 

1. Ao chegar em casa, alimentar-se apenas com líquidos, preferencialmente aquecidos. Por exemplo: canja de galinha, com arroz e batatas, ou verduras cozidas. 

2. Desjejum matinal: Leite, café, açúcar ou adoçante, pão branco sem casca, margarina, geléia e frutas como banana madura, melão ou mamão. 

3. Merenda da Manhã: Frutas, gelatina ou iogurte. 

4. Almoço: Arroz, frango sem pele, peixe grelhado ou ensopado, legumes cozidos e caldo de feijão, sobremesa: pudins, gelatina e frutas. 

5. Merenda da tarde: Café com leite, bolacha maria, iogurte, gelatina ou frutas. 

6. Jantar: Igual ao almoço ou desjejum

2. Dor no ombro é freqüente após este tipo de operação. Esta dor é conseqüente à irritação de um nervo que fica entre o abdômen e o tórax. Ela não é devida à torção ou mau jeito no ombro. A dor no ombro geralmente desaparece em poucas horas ou dias. Se ela for intensa, tome o analgésico (remédio para dor) prescrito pelo seu médico. 

3. Os cortes (furinhos) serão fechados com pontos e cobertos com curativo (micropore). É comum que ocorra hematoma ("azulado" ou "roxo") ou pequenos sangramentos. Isto é normal. Não se preocupe. Não retire o micropore, a menos que o seu médico o oriente neste sentido. 
Pode tomar banho completo e molhar o micropore. Seque o abdômen normalmente com toalha, sem necessidade de cuidados especiais com os cortes. Entretanto, se o corte tiver aparência de infecção (vermelho, com secreção de pus ou com cheiro forte), contacte o seu médico.


4. Respire fundo 3 vezes a cada hora para expandir melhor o seu pulmão e evitar complicações, como febre e pneumonia.

5. Evite ficar muito tempo deitado ou sentado. Procure andar várias vezes ao dia.

6. Em caso de dúvidas procure o seu médico.

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Fonte: Dr. Nemer Hajar -  CRM-Pr 11.286