Pedra na Vesícula e seus incômodos

O nome é pouco conhecido: colelitíase. Muitas pessoas podem estranhar se souberem que esta doença afeta cerca de 20% da população.
No entanto, ao conhecerem seus apelidos: pedra na vesícula ou cálculos biliares, lembrarão de imediato.
É que o distúrbio é responsável por boa parte dos atendimentos nos consultórios de doenças digestivas.
Muito embora o tratamento do problema dependa necessariamente da realização de uma operação de retirada da vesícula, modernas técnicas cirúrgicas tornam essa uma medida bastante simples.

A vesícula é um dos órgãos que compõem o aparelho digestivo do corpo humano. Ele tem a função de armazenar a bílis, que é produzido no fígado. “O órgão expulsa a bílis e auxilia na digestão das gorduras, principalmente”, esclarece o cirurgião Mário Toscano.
Por seu lado, a vesícula com cálculo não executa corretamente a sua função. “Assim que ela é estimulada, esses cálculos começam a se movimentar dentro da vesícula, às vezes são expelidas, promovendo uma inflamação, um processo obstrutivo, causando dor, vontade de vomitar, empachamento e vários outros sintomas”, salienta o médico.

As pedras na vesícula atingem, principalmente, as mulheres por questões hormonais, mas não é exclusividade do sexo frágil. A proporção é de quatro mulheres para cada homem na faixa etária reprodutiva, mas com a idade, esta proporção vai diminuindo, chegando a quase igualar entre os idosos.
Embora não se saiba com certeza quais são as causas do distúrbio, o certo é que são mais freqüentes em mulheres com mais de 40 anos, que tiveram muitos filhos, com excesso de peso e diabéticas.

Alimentos gordurosos
Segundo o cirurgião do aparelho digestivo Eduardo Akaishi, as pedras que se depositam na vesícula normalmente são formadas pela desproporção dos componentes da bile (líquido produzido pelo fígado, que auxilia na digestão dos alimentos, principalmente dos gordurosos), como o colesterol, fosfolipídeos e sais biliares.

“Há dois tipos de pedras: pigmentadas (bilirrubinas, de coloração negra) e as de colesterol (coloração amarelada), que são mais comuns, manifestando-se em cerca de 80% dos casos”, explica Akaishi, fazendo questão de ressaltar que a formação do cálculo de colesterol não tem nenhuma ligação com as taxas de colesterol no sangue.

A maioria dos portadores da pedra na vesícula não faz idéia de que possui o problema, pois 80% dos doentes não têm nenhum tipo de sintoma. Já os outros 20% podem apresentar dor, vômito e icterícia (pele e olhos amarelados como na hepatite).
“A ingestão de alimentos gordurosos pode desencadear as crises dolorosas em quem é portador de pedra na vesícula, mas não tem nenhuma influência na formação das pedras”, esclarece o especialista.

Alguns fatores favorecem a formação de pedras como o excesso de peso e de calorias ingeridas, predisposição genética, idade, paridade, longos períodos de jejum e pessoas que passaram por cirurgia do intestino ou estômago.

Cirurgias em 90% dos casos
É importante lembrar que, embora seja raro, o câncer de vesícula biliar pode ocorrer em pacientes que sofrem de colelitíase. De acordo com os especialistas, não há comprovação científica de que as pedras possam induzir ao câncer.
Então, quando se retira a vesícula é importante observar o exame microscópico da vesícula para assegurar que não existe nenhum tipo de lesão ou algum tumor já instalado.

“O tratamento pode ser cirúrgico ou com medicamentos que ajudam a dissolver as pedras, sendo o último procedimento atualmente em desuso pela pouca eficiência”, afirma Akaishi. A melhor forma de tratamento é a cirurgia em que a vesícula é retirada junto com as pedras.
O procedimento é rápido, varia de 30 a 60 minutos, e no outro dia o paciente tem alta hospitalar. O único cuidado nos primeiros dias é com a alimentação que deve ser controlada com refeições leves.

Como a vesícula biliar armazena a bile e a joga no intestino somente quando há necessidade, com a sua retirada o próprio fígado se encarrega de enviar o líquido digestivo.

Mesmo com o tratamento avançado, as pessoas podem prevenir as complicações da doença. As principais atitudes são não exceder o peso, evitar longos períodos de jejum, realizar exames de ultra-sonografia abdominal sempre que necessário e consultar um especialista após os 40 anos de idade, principalmente se há casos de pedra na vesícula na família.
Inimigos da vesícula

Alimentos que devem ser consumidos com moderação
>>    Carnes gordurosas
>>    Queijos amarelos, requeijão, leite integral
>>    Biscoitos, pastéis, pães folhados
>>    Embutidos, como lingüiça e salames
>>    Ovos fritos
>>    Manteiga, maionese
>>    Amendoim, castanha-do-pará
>>    Bebidas alcoólicas

Agora, os amigos
>>    Frutas
>>    Carnes magras, peixes
>>    Alimentos fibrosos
>>    Pão e arroz integral
>>    Leite desnatado
>>    Café, chá, sucos de frutas
>>    Mel, Iogurte e coalhada

Fonte: Paraná Online

Prevenindo Doenças do Aparelho Digestivo

A boa saúde do seu aparelho digestivo, depende, essencialmente, do seu estilo de vida. Além dos "lanches de rua", aos quais comumente se associam problemas de digestão, e das "bactérias", responsáveis pelas chamadas "intoxicações alimentares", há sérios fatores de risco que devem ser levados em conta, pois podem causar permanentes danos gastrointestinais. Entre eles os mais sérios são: álcool, fumo, obesidade e estresse.





Fumo - Os males causados pelo hábito de fumar são geralmente associados a câncer de pulmvão, enfisema e doenças cardíacas entretanto, atingem seriamente o aparelho digestivo, pois em cada tragada, o fumante aspira 400 toxinas e 43 carcinogênicos . Entre os danos causados pelo cigarro contam-se:



  • Redução do peristaltismo - movimento dos músculos do esôfago que empurram o alimento para baixo.
  • Diminuição da secreção de ácido clorídrico pelo esôfago.
  • Redução da produção de enzimas pancreaticas.
  • Comprometimento das funções do fígado.
  • Azia e úlcera péptica.
  • Câncer digestivo.


Álcool - O consumo excessivo de bebidas alcóolicas prejudica o funcionamento normal do fígado, pois provoca o acúmulo de toxinas. Embora algumas doenças desapareçam quando se pára de beber, como a gastrite, por exemplo, outras, como a cirrose hepática, causada por anos de vício, são permanentes. Além disso, a combinação de álcool e fumo é preocupante, pois a dupla pode provocar tumores malignos.





Obesidade - A obesidade está-se tornando um problema de saúde pública nos países desenvolvidos. A medicina tem voltado sua atenção para o sobrepeso, provocado pelo consumo exagerado de carboidratos e gorduras ligado à vida sedentária, pois o obeso, geralmente, tem taxas elevadas de colesterol e triglicérides, que podem provocar pressão alta, derrame e ataque cardíaco. A pessoa é considerada gorda se estiver pesando de 10 a 20% acima da média para sua altura e obesa, se estiver com mais de 20% acima dessa média. Certos tipos de Câncer, além de diabetes e doenças da vesícula biliar estão associados ao excesso de peso. Apesar da infinidade de dietas e regimes divulgados pela mídia, as pessoas ainda não se deram conta dos riscos que correm, se não se propuserem a mudar seus hábitos de vida, com reeducação alimentar e atividade física.


Estresse - O estresse é uma resposta do corpo a um aumento de tensão. Várias funções do organismo podem ser alteradas diante de situações difíceis, entre elas, as do aparelho digestivo. Podem ser sintomas de estresse:
  • Perda de apetite
  • Dor de estômago
  • Diarréia
Algumas doenças como gastrite, úlcera péptica e cólon irritável são comumente causadas pelo estresse.

Prevenção
Como os alimentos que consumimos não são absorvidos diretamente, por serem elementos complexos, dependendo de um processo que os transforme em componentes simples, é fundamental preservar o bom funcionamento de nosso aparelho digestivo, prestando atenção à quantidade e à qualidade do que comemos. Fibras, gorduras leves e laticínios ajudam a prevenir doenças gastro-intestinais.


Quanto ao exercício físicos, são muitos os seus benefícios
  • Combatem a obesidade
  • Reduzem o estresse
  • Fazem baixar as taxas de LDL (mau colesterol) e triglicérides
  • Fazem aumentar o HDL (bom colesterol) e a insulina
  • Melhoram o transporte de oxigênio pelo corpo
Alimentação adequada e exercícios físicos são as melhores formas de garantir a saúde gastro-intestinal.


Editora responsável: Dra. Elisabete Almeida

Hérnias - Tipo, Sintomas e Tratamento

As vísceras abdominais são contidas dentro da cavidade abdominal devido a presença do músculos e aponeuroses que dão a tonicidade da parede abdominal impedindo que o contato com as vísceras seja direta sobre a pele. Uma hérnia ocorre quando há um ponto de fraqueza desta parede abdominal que se forma entre a camada de músculos e aponeurose permitindo que o conteúdo da cavidade abdominal se mostre sob a pele como uma bexiga que se enche aos esforços e esvazia ao repouso. Pode causar dor importante e é potencialmente fonte de problemas que podem levar a uma cirurgia de emergência.

Aproximadamente 600.000 hérnias inguinais são operadas ao ano nos EUA sendo que nos Brasil os números são imprecisos. A grande maioria é realizada da maneira convencional. Algumas são realizadas via laparoscópica. Se seu cirurgião recomendou para você uma correção laparoscópica de sua hérnia inguinal, as informações que seguem podem ser de seu interesse.

Correção laparoscópica da hérnia inguinal é uma técnica recente que através de pequenos orifícios no abdomen corrige as aberturas (hérnias) através dos musculos que se formam dando saída , por debaixo da pele, do conteúdo abdominal. Este novo método pode oferecer além de um retorno mais rápido as atividades habituais como também em alguns casos menor dor no pós-operatório.

O que é uma hernia?


Existem vários tipos de hérnia . Há hérnias que podem ocorrer após uma cirurgia no local da incisão. (hérnia incisional)
Tanto homens como mulheres podem ter hérnia. Porém é mais comun nos homens.
Você pode nascer com uma hérnia ou adquirí-la durante a vida.
Uma hérnia não melhora ou desaparece sozinha.



Como sei que tenho uma hernia?


Os lugares mais comuns de aparecerem hérnias são na virilha (região inguinal) , umbigo (umbilical ou peri-umbilical) e em locais previamente operados ( incisional).

Geralmente é fácil de detectar uma hérnia. Você notará um aumento de volume da pele bem localizado e amolecido. Poderá sentir quando ergue objetos pesados, tosse , esforço ao urinar ou evacuar, ou ainda quando ficar muito tempo em pé.

A dor pode ser aguda e tipo queimação ou ser contínua , piorando ao final do dia.

Dor forte contínua no local da hérnia com aumento do volume da hérnia aumentado sem reduzir e vermelhidão local podem ser um sinal de que a hérnia está encarcerada ou estrangulada. Se você apresentar estes sintomas entre em contato imediato com o seu médico.


Porque as pessoas tem hernia?


A parede abdominal tem áreas naturalmente mais frágeis. Estas regiões podem dar origem as hérnias devido a grandes esforços, idade ou em regiões previamente operadas. Qualquer pessoa pode Ter uma hérnia. Hérnias em crianças são na maioria congênitas. Em adultos as causas mais comuns são além da idade ou grandes esforços, em pacientes com problemas pulmonares crônicos onde existe a tosse persistente. Em pacientes do sexo masculino com problemas de próstata onde há uma necessidade constante da prensa abdominal. Pessoas com problemas de intestino preso também podem apresentar hérnia com maior freqüência.


Quais são as opções de tratamento?

Há poucas opções para o tratamento da hérnia.

As fundas são raramente recomendadas e geralmente ineficientes. Quase a totalidade das hérnias requerem tratamento cirúrgico.

Atualmente as cirurgias são realizadas de duas maneiras:

A primeira, ou tradicional , é feita de fora para dentro, ou seja, é realizado um corte na parede abdominal e corrigido o defeito da parede abdominal com pontos , fechando o "buraco" por onde as vísceras anteriormente saíam. Esta técnica pode ser realizada com anestesia local ou peri-dural (na espinha dorsal)

A segunda , é por via videolaparoscópica. Neste método o orifício da hérnia é corrigido de dentro para fora , sem cortar a pele sobre a hérnia. Através de pequenos orifícios (3 ou 4) de aproximadamente 0,3 ou 0,5 cm são introduzidas cânulas para entrar na cavidade abdominal e fazer a cirurgia através de um monitor de vídeo. A hérnia é identificada e ressecada. Então é posicionada uma tela sobre o defeito da parede abdominal e é fechada a porção exposta. Esta cirurgia é realizada com anestesia geral.


Correção da hernia inguinal via Fechada ou Aberta ?


Somente após uma avaliação crítica do cirurgião responsável é que será determinado se sua hérnia poderá se corrigida por via laparoscópica. Fatores que podem levar a conversão da cirurgia fechada (via laparoscópica) para aberta incluem obesidade excessiva, história de cirurgia abdominal prévia, sangramento de difícil contensão e outras.

Em um pequeno número de pacientes, o método via laparoscópica não pode ser realizado devido a dificuldades anatômicas locais impossibilitando ao cirurgião de visualizar ou manipular de maneira apropriada os órgãos internos.

Quando o cirurgião resolve converter uma cirurgia em prol da segurança do paciente, não se considera o fato como uma complicação mas sim como julgamento cirúrgico (bom senso).


Quais são as complicações da cirugia?


Apesar da cirurgia ser considerada segura, complicações podem ocorrer como em qualquer outra cirurgia.
As principais complicações que ocorrem em qualquer cirurgia são a infecção e a hemorragia. (complicações raras em procedimentos laparoscópicos)
Há um pequeno risco de lesão da bexiga urinária , alças intestinais , vasos sangüíneos , nervos ou do cordão espermático.
Dificuldade pós-operatória em urinar não é incomun e é transitório sendo em alguns casos necessária a passagem de uma sonda de alívio.
Em qualquer época a sua hérnia pode voltar. Atualmente os estudos mostram uma possibilidade de aproximadamente 4% de voltar. Isto é : em cada 100 operados 4 podem voltar a ter hérnia. O problema é que os riscos de ter uma hérnia são muito maiores que os riscos de tratá-la. Por isso a indicação cirúrgica é necessária.



Qual é o preparo pre-operatório necessário?

O que seu médico pedir, mais em termos gerais são os seguintes:
  • Alguns serviços de cirurgia realizam a cirurgia a nível ambulatorial . Outros acreditam que uma estada de 12 horas no hospital traz uma sensação de segurança maior para o paciente.
  • O jejum , pelo menos 12 horas antes da cirurgia é obrigatório.
  • Um banho na noite da véspera ou na manhã da cirurgia.
  • Alguns exames pré-operatórios são necessários.
  • Se você faz uso de medicação para doenças crônicas ou anti-coagulantes , você deverá avisar seu médico pelo menos uma semana antes da cirurgia.
Fonte: Dr. Salvador Sobrinho

Hérnia de Hiato, Esofagite, Azia e Refluxo Gastroesofágico



Hérnia de hiato é um defeito anatômico, em que um segmento do estômago, localizado dentro do abdômen, "sobe" ou "desliza" através de um orifício conhecido como hiato diafragmático para o tórax, alterando, entre outras coisas, o esfíncter inferior do esôfago.
 
1. O que é hérnia de hiato?
Chamamos hérnia de hiato a passagem de parte do estomago para o tórax. É muito difícil definir e saber o porque ocorrem as hérnias de hiato.

A hérnia pode ocorrer em qualquer idade. Muitas vezes as hérnias de hiato levam á esofagite de refluxo.



2. Quais são os sintomas da hérnia de hiato e da esofagite de refluxo?

O sintoma mais frequente é queimação ou dor no peito.

Além disso pode haver sensação de líquido que volta para a garganta. Algumas vezes pode haver dor ou dificuldade para engolir.

Pode haver sensação de "bolo na garganta" ou engasgos. Mais raramente pode haver gosto ácido ou amargo na boca.

Algumas pessoas tem sintomas respiratórios causados pelo refluxo como tosse seca, laringite ou faringite crônicas. Muitas vezes a laringite ou tosse não melhoram com o tratamento habitual. A esofagite está muitas vezes associada a asma ou bronquite.

Há pessoas com opressão ou peso no peito. Algumas vezes sintomas de refluxo causados pela presença da hérnia de hiato podem ser parecidos com os das doenças cardíacas. Isso causa enorme preocupação aos pacientes e familiares. Nesse caso é necessário um raciocínio clínico mais sofisticado para descobrir a causa dos sintomas.

Muitas pessoas com hérnias de hiato, no entanto, não apresentam sintomas.


3. Todas as pessoas com esofagite de refluxo tem também hérnia de hiato?
A presença de hérnia de hiato predispõe o indivíduo a ter esofagite. Existem , no entanto, inúmeras pessoas que não tem hérnia de hiato e que apresentam esofagite e refluxo. Essas pessoas apresentam fraqueza na válvula que impede o retorno do ácido do estomago para o esôfago  chamada esfincter. Assim, a esofagite de refluxo pode ocorrer sem a presença da hérnia de hiato, devido a fraqueza dessa válvula(esfincter)


4. Como é diagnosticada a hernia de hiato e a esofagite?
No Brasil a maneira mais comum de saber se há hérnia de hiato e esofagite é pela Endoscopia Digestiva. Atualmente a Endoscopia é confortável. Pode-se fazer o exame dormindo com o uso de medicações modernas. O exame é rápido e seguro quando feito por médicos experientes.


5.Qual o tratamento da hérnia de hiato e da esofagite de refluxo?
Há muitas opções. De maneira geral, medicações que diminuem a produção do ácido pelo estomago são utilizadas no tratamento da esofagite de refluxo. Essas medicações são eficazes e seguras. A esofagite associada á hernia de hiato tem tendência a ser recorrente e os sintomas tendem a voltar após o tratamento. Nesses casos pode-se optar por tratamento medicamentoso a prazo mais longo. A hérnia, naturalmente, não desaparece com o tratamento clínico.Nos casos em que não há melhora com tratamento clínico ou existam complicações pode-se optar pela cirurgia. O tratamento bem orientado normalmente leva á melhora na maior parte dos casos.

Fonte: Dr. Paulo Sérgio Lopes


AZIA E REFLUXO GASTROESOFÁGICO

O QUE É REFLUXO GASTROESOFÁGICO?
O refluxo gastroesofágico é a doença mais comum do aparelho digestivo. Ocorre quando o conteúdo ácido reflui, ou volta, para o esôfago. Esse material refluido contém, normalmente, grande quantidade de ácido clorídrico, que é produzido pelo estômago. O ácido, em contato com a mucosa do esôfago, provoca uma desconfortável sensação de queimação, conhecida popularmente como azia. A azia pode ser sentida logo acima da "boca do estômago", ou então começar neste ponto e subir até a garganta, espalhando a sensação de queimação atrás do esterno (aquele osso que fica no meio do peito). Algumas vezes, além da sensação de queimação, você pode perceber que "voltou alguma coisa junto", que pode ser o suco gástrico e/ou alimentos. Isso é chamado de regurgitação.

POR QUÊ O REFLUXO OCORRE?
O refluxo ocorre quando os mecanismos que impedem ou dificultam o retorno do material contido no estômago para o esôfago estão enfraquecidos ou inoperantes. O elemento mais importante dessa verdadeira barreira é o que chamamos de esfíncter inferior do esôfago, que funciona como uma válvula que abre e fecha e possui uma determinada pressão, suficiente para impedir o refluxo. Quando a pressão dessa válvula diminui ou começa a apresentar defeitos em seu funcionamento, o refluxo ocorre. É claro que, quanto mais refluxo ocorrer, maior a possibilidade de haver inflamação do órgão, conhecida como esofagite. Existem outros importantes mecanismos de defesa, como a produção de saliva, que em conjunto com a movimentação do esôfago, conhecida como
peristalse, "lavam" o esôfago, diminuindo o refluxo.

O QUE É HÉRNIA DE HIATO? HÉRNIA DE HIATO E REFLUXO SÃO A MESMA COISA?
Hérnia de hiato é um defeito anatômico, em que um segmento do estômago, localizado dentro do abdômen, "sobe" ou "desliza" através de um orifício conhecido como hiato diafragmático para o tórax, alterando, entre outras coisas, o esfíncter inferior do esôfago. Hérnia não é sinônimo de refluxo. Cerca de 50% dos pacientes que têm hérnia não têm refluxo, e vice-versa.


POR QUÊ TENHO AZIA?
A azia pode ocorrer por uma série de fatores, tais como o estresse, o uso de medicamentos e maus hábitos alimentares. Além da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), citada anteriormente aqui.


É IMPORTANTE TRATAR A AZIA?
Sim, atenção aos sintomas e à freqüência com que eles acontecem. Quanto mais rápido for o diagnóstico, mais fácil será o tratamento do problema. Seu médico prescreverá medicamentos que diminuem a secreção do ácido produzido pelo estômago.


ESTÁ CORREIO TOMAR LEITE E ANTIÁCIDOS PARA TRATAR A AZIA?
Cuidado! Ao consumir leite e antiácidos, você estará se automedicando. A sensação de queimação pode não ser apenas uma azia. O leite, por mais que seja considerado uma alterna-tiva natural e saudável, não é o tratamento recomendado, e o antiácido causa somente um alívio temporário.


SEMPRE QUE TENHO AZIA SIGNIFICA QUE ESTOU COM PROBLEMA?
Não, somente quando o desconforto da azia se torna freqüente, 2 vezes por semana durante 4 a 8 semanas, é que devemos nos preocupar, pois poderá ser um sintoma da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).


QUANDO DEVO PROCURAR UM MÉDICO PARA TRATAR A AZIA?
Devemos procurar um médico quando os sintomas da azia se tornam constantes. Normalmente cometemos exageros na alimentação e sentimos azia, mas, se as atividades diárias estiverem prejudicadas com tais sintomas, você deverá ir ao médico. O tratamento prolongado e a mudança de hábitos têm sido a melhor e mais adequada solução para as constantes reclamações de quem sofre diariamente com os sintomas do refluxo.

Fonte: eniofranca.com.br/.../azia_e_refluxo.htm


Atenção! As informações desse site visam apenas ajudar na compreensão dos temas, não deve ser usado como guia para diagnóstico e tratamento nem substituir uma visita ao médico.

Para que serve a Vesícula Biliar e como se formam as Pedras na Vesícula?

Vamos entender primeiro “o que é a Vesícula Biliar”. A vesícula é uma espécie de saco membranoso, que funciona como reservatório para a Bile no intervalo entre nossas refeições. A bile (ou bílis) é uma espécie de detergente natural do nosso corpo que o fígado produz para quebrar as moléculas de gordura e assim facilitar nossa digestão. Quando não estamos digerindo nada, o fígado se ocupa na produção desta substância que é levada para a nossa vesícula biliar através de ductos biliares.

A nossa vesícula, tem função apenas de armazenagem da bile. O fígado produz e vai “concentrando” na vesícula para o momento em que comermos algo, ela seja injetada no nosso intestino delgado para ajudar na digestão do alimento. Pois bem, essa bile possui principalmente bilirrubina (pigmento derivada da destruição dos glóbulos vermelhos do sangue efetuada no baço e que acaba indo para os canais biliares através da circulação), também temos os sais biliares (produzidos pelo fígado e ajudam na digestão) e ainda o colesterol que é eliminado pelo fígado através da produção de bile. Os cálculos biliares, ou as pedras na vesícula, são resultado de um desequilíbrio na precipitação e formação destes componentes.

Os cálculos (ou pedras) são chamados pelos médicos de “Litíase Biliar”. Elas são formadas principalmente por cálcio e colesterol e são realmente como pedrinhas que podem causar inflamação na vesícula, resultando dores muito fortes. Bom, o tratamento para esta “vesícula doente” habitualmente é cirúrgico. Ocorre a retirada da vesícula, e geralmente este procedimento não ocasiona nenhum problema ao paciente. No entanto, é recomendado que evite a ingestão de comidas gordurosas, pois a bile continua sendo produzida, porém o reservatório que a concentra foi retirado!

A vesícula é o reservatório da bile!
A vesícula é o reservatório da bile!
O tratamento mais comum para a litíase biliar é a intervenção cirurgica por laparoscopia!
O tratamento mais comum para a litíase biliar é a intervenção cirurgica por 

Pedras na Vesícula Biliar: Como Aparecem e Tratamento

Dieta rica em gorduras contribui para o aparecimento desse problema
Você já ouviu falar em colelitíase? Na realidade, esse é o nome dado ao diagnóstico de pedras na vesícula biliar – uma espécie de “bolsa” que armazena a bile, antes desse líquido atuar no processo digestivo dos alimentos, principalmente das gorduras, realizado pelo intestino.
Existem vários fatores relacionados ao risco de apresentar pedras na vesícula, como a idade (a freqüência aumenta com o processo de envelhecimento), gravidez, obesidade, sexo (mais freqüente em mulheres), terapia de reposição hormonal e níveis altos de triglicérides no sangue.
Uma pessoa pode ter pedra na vesícula biliar e não saber, pois não apresenta quaisquer sintomas. A “descoberta” do problema acontece, normalmente, durante exames de rotina. “A cólica biliar, um tipo de dor constante, que se localiza na região superior direita do abdome, é o sintoma mais freqüente das pessoas que apresentam pedra na vesícula. Essa dor é, quase sempre, acompanhada de náuseas”, explica Dr. Vladimir Schraibman, especialista em cirurgia geral, gastrocirurgia e único orientador de Cirurgias Robóticas da área de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein (Proctor Intuitive Robotic System). O especialista esclarece, nessa entrevista, várias questões sobre essa doença.

Qual é a função da vesícula em nosso organismo? Qual é o seu tamanho e localização?
A função da vesícula biliar é armazenar bile para ajudar na digestão de gorduras. Possui tamanho aproximado de oito cm, como se fosse um pequeno figo, localizada na borda inferior do fígado, do lado direito do abdome. Existem vários tipos de cálculos (pedras), mas os dois principais são os de colesterol e os pigmentados.

O que são os cálculos de colesterol?

São cálculos compostos por colesterol, geralmente mais prevalentes em populações com alto grau de ingestão de gorduras de origem animal (carne vermelha, leite e seus derivados, além de frituras e gordurosos em geral, como os embutidos).
 
O que são os cálculos pigmentados?

Cálculos pigmentados são cálculos oriundos de sais biliares, outra substância presente na composição da bile e que, quando em concentração inadequada, pode gerar a precipitação e formação de cálculos biliares.

Por que a tendência de apresentar pedra na vesícula aumenta com a idade?
Na verdade muitas pessoas são portadoras de cálculos biliares, contudo não apresentam qualquer tipo de sintoma, sendo diagnosticada a "pedra" na maioria das vezes de modo incidental, nos exames de rotina (os tais "check-ups"), como tomografia e ultrassom do abdome. É preciso tomar cuidado para que o quadro não evolua, para um quadro agudo de inflamação da vesícula (colecistite aguda), quando um cálculo obstrui a saída da bile; colangite, que corresponde a uma infecção grave dos canais que levam a bile para o intestino; e até mesmo uma gangrena da vesícula.       
 
Como a obesidade afeta o aparecimento dessa doença?
O indivíduo que apresenta obesidade possui, geralmente, uma dieta rica em gordura animal, o que acaba contribuindo para a formação de cálculos biliares.

A cirurgia laparoscópica é sempre o melhor tratamento, seja para pacientes sintomáticos (que já sentem dores) ou assintomáticos?A cirurgia laparoscópica para remoção da vesícula é, hoje em dia, o melhor tratamento visto que é muito segura e possui baixíssimos índices de complicações. Atualmente, podemos associar à técnica do single port, ou seja, a retirada da vesícula com apenas uma incisão de cerca de 2,5 cm e alta hospitalar no mesmo dia da cirurgia, com ótimos resultados.

O fato de se retirar a vesícula não afeta o funcionamento do fígado ou do intestino?Não afeta de modo algum. Evolutivamente, o homem não necessita hoje em dia da vesícula, pois se alimenta várias vezes ao dia o que torna a vesícula um órgão sub-utilizado, já que não há a necessidade de se armazenar tanta bile. Alguns pacientes, contudo, ao retirar a vesícula podem apresentar um aumento no número de evacuações no primeiro mês.

Qual seria a forma de prevenir o aparecimento dessa doença?
A melhor maneira de se prevenir é ter uma dieta com baixo teor de gordura e alto teor de fibras, diminuindo a chance de se formar os cálculos.


Fonte: Dr. Vladimir Schraibman (Cirurgia Geral e Gastrocirurgia)

Diverticulose - Sintomas, Diagnóstico, Tratamento e Prevenção



DiverticuloseA diverticulose está presente em aproximadamente 50% dos indivíduos com mais de 50 anos. O divertículo se forma por adelgaçamento da parede intestinal, pela ausência da camada muscular (figura). A diverticulite é resultante da inflamação da parede intestinal desse divertículo.
A clínica
Os pacientes com diverticulite (inflamação do divertículo), normalmente, queixam-se de sofrer alterações do hábito intestinal e cólicas intermitentes na parte inferior do abdome.
O início do quadro de diverticulite é com sintomas geral como: mal-estar, febre ou calafrio, associados aos sintomas progressivos de irritação abdominal (peritoneal) localizada, mais comum na fossa ilíaca esquerda (região junto da virilha esquerda), devido ao comprometimento do cólon sigmóide. O segmento intestinal inflamado e edemaciado leva à obstrução subaguda com tumefação abdominal e fezes amolecidas. Os sintomas associados de anorexia e náusea são comuns. No exame físico encontramos taquicardia, febre (pirexia) e sinal de defesa localizada com rebote.
A diverticulite pode levar a complicações sérias como abscesso (coleção de pus), perfuração, obstrução intestinal por aderências, ou fístula que é uma comunicação anormal entre dois órgãos (como um túnel). Uma complicação rara, mas ameaçadora à vida, chamada peritonite pode acontecer quando o divertículo se rompe, espalhando a infecção na cavidade abdominal. A peritonite requer tratamento cirúrgico e também antibióticos intravenosos. Até 35 por cento dos pacientes com peritonite não resistem.
Se o segmento intestinal com diverticulite for complicado com abcesso, o exame do abdome revela uma massa palpável, inchaço e pele da parede abdominal avermelhada sobre o local do abcesso ou flutuação dolorosa de abcesso pélvico ao exame retal.
O Diagnóstico
O diagnóstico de diverticulite pode ser confirmado pelo aumento dos leucócitos no exame do hemograma, pelo exame radiológico abdominal, que demonstra escassez de gases no cólon sigmóide, sendo esses abundantes no cólon proximal. A tomografia computadorizada com contraste é o exame de importância crescente na avaliação da diverticulite.
O Tratamento clínico

Os pacientes com diverticulite necessitam de receber o tratamento internados em hospital, receber hidratação com líquidos intravenosos, meticulosa monitoração dos sinais vitais e abdominais, e uso de antibióticos intravenosos. A grande parte dos pacientes é capaz de tolerar líquidos por via oral durante um período inicial do tratamento conservador. No primeiro episódio de diverticulite, a maioria dos pacientes apresenta remissão da doença e a cirurgia é evitada.
Nos pacientes que são hospitalizadas por diverticulite, a melhora acontece dentro de dois a quatro dias depois que o tratamento começa. Até 85 por cento dos pacientes se recuperam com repouso na cama, dieta líquida e antibióticos, e às vezes não chegam a ter um segundo episódio de diverticulite.
Quando a tomografia computadorizada demonstra abcesso, recomenda-se a drenagem percutânea para que a sepse aguda se resolva e seja possível realizar a ressecção eletiva com anastomose primária (sutura ligando as duas partes do intestino) poupando o paciente da colostomia. A laparotomia precoce é indicada quando o abcesso não drena ou a sepse não responde ao tratamento.
O Tratamento cirúrgico
Os pacientes que tiveram complicação significativa de diverticulose devem ser considerados para ressecção cirúrgica eletiva, em especial quando a avaliação por colonoscopia ou enema de bário demonstra um segmento relativamente limitado de diverticulos. O procedimento mais comum, conhecido como ressecção do cólon (colectomia), envolve a remoção da parte do cólon que contém os divertículos e a reconexão das extremidades.
Quando executada em situação de emergência, a ressecção do cólon é feita num processo em dois tempos (duas fases) por causa da presença das fezes e o risco potencial de infecção. Na primeira fase, a secção do cólon é retirada, mas por causa de infecção, não é seguro unir as extremidades. Ao invés disso, o cirurgião cria um buraco temporário, ou estoma, na parede do abdome e conecta o cólon a ela, um procedimento chamado colostomia. Uma bolsa é presa à parede do abdome para servir de depósito das fezes. Mais tarde, num segundo tempo (em geral de 2 a 3 meses após a operação) é realizada a reconexão das extremidades do cólon e assim a colostomia é fechada. Às vezes, se a situação não for de emergência, a cirurgia pode ser feita de uma só vez (sendo precedida da limpeza do intestino).
Prevenção
A maioria das pessoas com diverticulose nunca têm sintomas. Os exames diagnóstico dos divertículos (colonoscopia, enema opaco) são desconfortáveis e não indicados com preventivos. Pessoas que ingerem grandes quantidades de fibra na dieta são menos propensos à desenvolver a doença diverticular. Recomenda-se 20 a 35 gramas de fibra ao dia, preferivelmente através de frutas, legumes e cereais. Também pode usar o farelo de trigo não processado ou um produto à base de fibra. É importante aumentar o consumo de fibras gradualmente e beber mais água para aumentar o “bolo fecal” e com isso reduzir a pressão dentro do intestino. A fibra não irá curar a diverticulose existente, mas pode impedir que outros divertículos venham a se formar.

Referências:
Brengman ML, Otchy DP – Timing of computed tomography in acute diverticulitis. Dis Colon Rectum 1998,41:1023-1028.
Harris A – Manual de emergências gastrointestinais. Ed. Science Press Ltd 2002-2003 São Paulo.

Gases Intestinais - Flatos

Dicas de bem-estar para quem já está cheio desse assunto!
Gases intestinais: um problema que vem do berço!
" Meu bebê chora demais, será cólica?"
  •  O choro é o comportamento pré- verbalização que mais chama a atenção dos pais.
  • As mães têm, geralmente, uma acurada capacidade de percepção do choro, permitindo reconhecer seu padrão em diferentes circunstâncias como: fome,dor, frio,calor e principalemente cólicas.
  • As cólicas do lactente são frequentes nos três primeiros meses de vida, caracterizadas por ataques de irritabilidade, agitação e/ou choro, geralmente aparecem ao anoitecer e sem causa identificável.
  • A cólica é uma condição transitória, entretanto, além de estresse pode alterar de modo significativo a dinâmica familiar, como horários  para dormir e acordar e também filhos que separam os pais da cama de casal.
  •  Com o passar do tempo, observou-se que o leite da vaca fermenta mais que o leite materno. O ideal é prolongar ao máximo o aleitamento materno.
  • A imaturidade imunológica do sistema digestivo aos agentes alergênicos. O principal é leite de vaca, seguido por alimentos e medicamentos com corantes e outras substâncias químicas.
Por Dr. Tadeu Fernando Fernandes- Mestre em Pediatria membro titular da Sociedade Brasileira de Pediatria- Presidente Fundador da Sociedade de Pediatria de São Paulo- Regional Campinas- Diretor Médico da Multiclínicas Campos Elíseos. " Internacional Member of the American Academy of Pediatrics".

Não existe mágica para acabar com as cólicas e gases do bebê. Vamos dar algumas dicas e truques para você.
  • Calma, muita calma. A ansiedade materna é apontada como um dos principais fatores de perpetuação das cólicas.
  • Um ambiente tranquilo e uma música suave irão tranquilizar mãe e filho.
  • Um banho morno descontrai.
  • Compressas mornas na barriga com toalha felpude passada a ferro, na posição deitada de bruços, têm efeito analgésico (teste antes o calor em sua face).
  • Massagens na barriguinha do bebê sempre no sentido horário, mobilizam os gases. Use um creme ou óleo hidratante infantil para deslizar melhor a mão.
  • Ginastica, como "pedalar no ar", ou "imitar um sapinho pulando" ajudam a eliminar os gases.
  • Cuidados com a Alimentação! Quando amamentados ao seio materno, a "pega" da areola mamária deve ser completa. Aqueles que fazem uso de mamadeira devem utilizar um bico adequado ao seu tipo de sucção e a posição horizontal é proibida, porque a deglutição de ar junto com o leite irá agravar a flatulência.
  • Após as mamadas os bebês devem ser colocados na posição vertical junto ao ombro materno, dando-se leves palmadas nas costas para promover a eliminação dos gases do estômago, ato conhecido como arroto.
  • Evite a automedicação, conte sempre com seu pediatra, somente ele poderá recomendar um medicamento antigases com baixo risco de efeitos adversos e isento de corantes alergênicos.
 Os adultos também não estão livre dos gases, mas bem que gostariam.
Gases intestinais distendem o abdômen e provocam dor. Também causam flatulência, o que pode ser muito constrangedor no convívio social. E, ainda por cima, interferem na sulhuetam porque o seu acúmulo faz o abdômen parecer bem maior do que realmente é.
Mas ninguém vive livre de gases. O que você precisa fazer é entender melhor o problema, e procurar diminuí-lo o quanto for possível.
O que provoca os gases? De onde vêm? Para onde vão?
Os gases intestinais vêm basicamente de duas formas. Uma parte é "engolida" do ambiente pela boca, principalmente ao mascar chicletes, tomar bebidas com gás ou muito quentes, ou no caso de pessoas que falam muito. A outra parte é produzida pelo próprio organismo, como parte natural do processo de digestão. Esses gases aparecem na fermentação de carboidratos que não foram digeridos no estômago e chegam ao intestino, pela ação das bactérias que residem alí. Diariamente uma pessoa normal produz em torno de 3 litros de gases, que são expelidos ao longo do dia mais ou menos 20 vezes.
É comum ter gases na gestação? E após partos e cirurgias?
Durante a gravidez, devido a um hormônio chamado progesterona, o intestino diminui a sua motilidade e isso pode fazer com que os gases se acumulem, causando desconforto. O manual de orientação de Drogas na Gravidez da FEBRASGO*, afirma que o mais popular dos antigases, a dimeticona, é compatível coma  gravidez e amamentação. Após o parto e outras cirurgias, pode ocorrer também um acúmulo de gases muito indesejável, pois geralmente vem acompanhado da dor própria do pós-operatório.
Para os gases não virarem rotina você precisa mudar de hábitos. Veja quais.
  • Controle as leguminosas. Feijão, soja, ervilha e lentilha costumam fermentar no intestino. Mas nãs as elimine totalmente, porque são alimentos muito nutritivos.
  • Faça as refeições com tranquilidade. Não fale muito para não engolir ar.
  • Preste atenção no que causa gases em você. Alguns alimentos, se consumidos em excesso, podem causar gases, tais como: batata doce, aipo, rabanete, cebola, beringela, germe de trigo, repolho, brócolis, couve-flor, leite, pães e massas.
  • Conte sempre com seu médico.
Por Dr. Fernando A. Togni- Ginecologista, obstetra e ultra-sonografista.
Universidade Federal de São Paulo-Escola Paulista de Medicina (UNIFESP- EPM)
Referências:
* Drogas na gravidez, manual de orientação/ editores Luiz Kulay Júnior, Antônio José Lapa- São Paulo: Ponto, 2003.p.65-66.

Como Funciona Nossa Digestão

Nem é preciso muito tempo. Basta olhar para um belo filé com fritas ou para aquela suculenta fatia de bolo de chocolate que todos os nossos sentidos se aguçam, fazendo com que a tentação tome conta do nosso raciocínio...
Comer é um dos melhores prazeres da vida, e os prazeres precisam ser preservados. Mas você sabe o que acontece com a comida desde que colocamos a primeira garfada na boca? Bem, é exatamente aí que se inicia o processo digestivo, com as enzimas contidas na saliva. Na boca, a comida é triturada através da mastigação e misturada à saliva e ao suco gástrico, o qual, devido às substâncias ácidas, contribui para o sucesso da digestão.
E esse é apenas o começo do longo caminho que o alimento percorre em nosso organismo.
Após a mastigação, a comida passa da boca para o esôfago, um tubo responsável pela condução dos alimentos ao estômago graças aos movimentos pela condução dos alimentos ao estômago graças aos movimentos peristálticos. Pode parecer engraçado, mas o estômago - assim como todo o restante do tubo digestivo - realiza uma verdadeira ginástica, com contrações ritmadas e coordenadas, impulsionando o bolo alimentar adiante.
Na Boca do Estômago

Quando chega ao estômago, o bolo alimentar passa por uma nova transformação. Lá a "ginástica" continua, pois as fortes contrações vão trabalhando como um verdadeiro moedor, diminuindo o tamanho das partículas e misturando o bolo alimentar com os sucos digestivos. O estômago - esse grande triturador - ainda produz ácido clorídrico, que contribui para a digestão e protege o tubo digestivo das possíveis infecções e infestações de vermes. E as enzimas digestivas que o estômago produz vêm de diferentes partes do corpo, já que se trata de um órgão composto por vários tipos de células com várias funções em nosso corpo. Saindo do estômago, o bolo alimentar passa então por um pequeno orifício chamado de piloro e chega ao duodeno, a primeira parte do intestino delgado. Nessa fase, outros órgãos também têm a sua participação no processo digestivo. O pâncreas, por exemplo, localizado posteriormente ao estômago e ao duodeno, produz o suco pancreático, que é de suma importância na digestão. O fígado também contribui: produz a bile, que é uma secreção, inicialmente armazenada na vesícula biliar e liberada principalmente quando ingerimos alimentos de composição mais gordurosa. Além de facilitar a absorção dessas gorduras, a bile faz uma faxina, trabalhando como um verdadeiro detergente orgânico.
Depois dessa caminhada, após percorrer o duodeno o bolo alimentar já está praticamente digerido e atinge o jejuno, que é a segunda parte do intestino delgado. É aí que o organismo decide o que vai ser aproveitado, como nutrientes, vitaminas e sais minerais, e vai ser eliminado posteriormente. A viagem continua até o íleo, a última porção do intestino delgado, chegando ao intestino grosso. Nesse momento do processo digestivo, o organismo já teve tempo de digerir e absorver todos os alimentos. Aí ficam faltando somente os nutrientes dos alimentos. Aí fica faltando somente retirar a água e os eletrólitos, elementos importantes para o corpo, para iniciar a produção das fezes.
Um Relógio Biológico
Quando nos alimentamos de maneira correta, estamos contribuindo, e muito, para o bom funcionamento de todo esse processo. Nosso aparelho digestivo é essencial para a nossa vida, tendo também uma importante função imunológica. Afinal, sua ação dificulta a proliferação e a invasão de vários microrganismos (fungos, vírus, vermes e protozoários) e produz inúmeros hormônios que coordenam o funcionamento do próprio intestino e de outros órgãos do corpo.
É importante lembrar que o bem-estar de nosso estômago depende muito do modo como o tratamos.
Se cuidarmos bem dele, através de alimentos saudáveis e balanceados, certamente ele funcionará como um relógio, digerindo pontualmente as nossas refeições.

Fonte: www.astrazeneca.com.br